Saúde
Alimentação pode ser aliada no tratamento de ansiedade e depressão
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Cuidar da alimentação é um dos pilares para uma vida com mais qualidade e bem-estar. Mas você sabia que, além da saúde física, refeições balanceadas e nutritivas também têm um impacto positivo em nossa saúde mental?
Segundo a nutricionista Camila Correa Dornelles, que atua na UBS Jardim São Bento – gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – a relação entre alimentação e saúde mental está ligada à produção de neurotransmissores relacionados às emoções. Além disso, a nutricionista explica que desequilíbrios na flora intestinal podem contribuir para inflamações que afetam a produção desses neurotransmissores.
A serotonina, por exemplo, possui um papel fundamental na regulação do humor, sono, apetite e sensação de bem-estar, e no desempenho de funções como memória e aprendizagem. Dessa forma, baixos níveis de serotonina podem interferir na saúde mental, ocasionando situações de insônia, isolamento social, baixa autoestima, tristeza e, em casos mais sérios, depressão e ansiedade.
Um estudo publicado recentemente no Journal of Affective Disorders associou a ingestão em excesso de alimentos ultraprocessados como um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como a depressão. Nesse sentido, a alimentação pode, de fato, ser uma grande aliada na prevenção e no tratamento dessas doenças.
Quais alimentos contribuem com a saúde mental?
De forma geral, uma alimentação balanceada e nutritiva é essencial para uma vida mais saudável. No entanto, Camila destaca que alguns nutrientes são especialmente importantes quando o assunto é regulação de humor e diminuição da ansiedade.
– Ácidos Graxos Ômega-3: presente em peixes, castanhas e sementes.
– Vitaminas do Complexo B: presente em carne magra, frango, ovos, legumes, grãos integrais, espinafre e abacate.
– Magnésio: presente em vegetais de folhas verde-escuras, nozes, sementes, abacate, banana e grãos integrais.
– Triptofano: presente em queijos, amendoim, ovos, peixe, batata, leite, banana, abacate e chocolate amargo.
– Antioxidantes: frutas e vegetais coloridos são ricos em antioxidantes, como vitamina C e E.
– Probióticos: presentes em iogurtes, kefir e chucrute.
A profissional orienta que esses alimentos podem ser distribuídos nas refeições ao longo do dia e reforça a importância do consumo de água e, se possível, outros líquidos como chás de ervas. “Ter equilíbrio nas refeições é fundamental, pequenas mudanças ao longo do tempo podem ter um impacto positivo e duradouro na saúde mental”.
O que evitar?
Alimentos com alto teor de gorduras, aditivos, açúcares refinados, carboidratos simples e cafeína, como doces, refrigerantes, enlatados, energéticos e café, além de bebidas alcoólicas, devem ser evitados ou consumidos com moderação.
“Quando nos sentimos ansiosos ou estressados, muitas vezes, recorremos a alimentos ricos em açúcar ou gordura para nos confortar. Esses alimentos podem fornecer uma sensação temporária de alívio, mas também podem levar a um ciclo vicioso de compulsão alimentar e sentimentos negativos”, completa Carolina.
Para além da alimentação, a especialista indica alguns hábitos que contribuem para a saúde física e mental, como a prática regular de atividades; técnicas de meditação e ioga; rede de apoio com familiares e amigos; e momentos de lazer.
De toda forma, a nutricionista alerta que tais cuidados não substituem tratamento e acompanhamento profissional com psicólogo e/ou médico psiquiatra. “Cada pessoa é única, então é importante encontrar uma combinação de cuidados que funcione melhor para você. Se a ansiedade está causando dificuldades significativas, é aconselhável buscar orientação profissional para um tratamento adequado”, lembra.